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Estrangeiros têm até R$ 10 bi para imóveis

A aquecida economia brasileira, sobretudo na área da construção civil, bem como a demanda reprimida por imóveis no País, tem despertado o interesse de investidores estrangeiros, que estão aportando mais recursos no setor imobiliário nacional. De acordo com o primeiro estudo semestral "Real Estate Report", elaborado pela Ernst & Young Terco, existe hoje no País um montante de capital estrangeiro disponível para projetos do mercado imobiliário que varia entre R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões. Apesar de ser um valor recorde, esse montante poderia ser ainda maior, considerando o potencial do mercado brasileiro.

Segundo o diretor de Fusões e Aquisições da Ernst & Young Terco, Viktor Andrade, somente para reduzir em dois terços o déficit habitacional acumulado no País, seria preciso investir R$ 18 bilhões por ano até 2030. "Isso para dar conta do déficit acumulado - sem considerar as necessidades de renovação de imóveis e fatores demográficos como o crescimento populacional e a redução do número de pessoas por moradia", diz.

O diretor destaca que ainda há muito espaço para a expansão dos investimentos estrangeiros diretos do setor imobiliário do País, que, atualmente, possui um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 170 bilhões. "A gente acredita que o nível de participação adequado dos investimentos estrangeiros diretos no setor poderia variar entre 25% e 30% do PIB. Estamos falando de um valor entre R$ 42,5 bilhões e R$ 51 bilhões por ano que mercado absorveria bem. Tem espaço para crescer", afirma, acrescentando que, em menos de uma década, o PIB do setor imobiliário deve saltar para R$ 270 bilhões.

Atrativos

Conforme Viktor Andrade, o maior interesse dos investidores no mercado imobiliário nacional deve-se ao fato de o Brasil preencher pré-requisitos como estabilidade econômica, política e social e segurança institucional, com normas bem definidas, por exemplo. "Inclusive, o Brasil leva vantagem na comparação com outros países, como China e Rússia. Isso porque esses países não preenchem algum dos pré-requisitos tão bem quanto o Brasil", afirma. "Além disso, o Brasil possui um grande mercado consumidor", completa.
Andrade destaca ainda que os investimentos estrangeiros no setor não se resumem apenas à entrada de recursos financeiros, mas incluem também a transferência de tecnologia, de novas ideias e de modelos de negócios inovadores, por exemplo.

No Estado

O Ceará tem sido um dos alvos dos investimentos internacionais na área imobiliária. O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, estima que, nos últimos dois anos, os investimentos estrangeiros no Estado cresceram cerca de 50%. "Hoje, existem muitos empresários de outros países querendo fazer negócios com empresas brasileiras. Eles vêm atrás da grande demanda que nós temos e investem, principalmente, em loteamentos, residenciais e obras do Minha Casa, Minha Vida", diz.
O presidente do Sinduscon-CE, Roberto Sérgio, completa afirmando que "eles não têm como aplicar na Europa. Então, trazem os recursos para cá e investem em parceria com construtoras locais. É um bom negócio: geram emprego aqui e eles ganham dinheiro". Ele acrescenta que a maior parte dos investimentos vem de espanhóis, portugueses, noruegueses, dinamarqueses e de alguns italianos.

Oportunidade

"Eles não têm como aplicar na Europa. Então, trazem os recursos para cá. Eles geram emprego aqui e ganham dinheiro"

Roberto Sérgio

Presidente do Sinduscon-CE 

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com

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