As contratações de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal atingiram R$ 80 bilhões, este ano. É o mesmo valor registrado em todo o ano passado e representa um crescimento de 36%. Mas muitos candidatos a uma das modalidades de crédito oferecidas pela Caixa estão com dificuldades para encontrar imóveis.
Condomínio com quadra, piscina e área verde. A obra só fica pronta em 2015, mas já dá para sonhar.
“Quem sabe um dia não compro um desses?”, diz um homem.
O dinheiro do fundo de garantia dos trabalhadores, depositado na Caixa Econômica Federal, é repassado para quem quer financiar um imóvel. É o crédito imobiliário mais barato, usado, inclusive, no programa "Minha Casa, Minha Vida".
Os juros variam de 4,5% a 8% ao ano, mais TR, a taxa referencial. Nos outros financiamentos do mercado, a taxa fica entre 8% e 11%, mais TR. A renda da família não pode passar de R$ 5.400 por mês. O imóvel pode ser novo ou usado, mas tem limite para o valor.
Em capitais, entre elas, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador, e cidades com população igual ou acima de um milhão de habitantes, o limite subirá para R$ 170 mil. Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Brasília, a casa ou o apartamento devem custar no máximo R$ 170 mil. Em 1º de novembro, o valor sobe para R$ 190 mil.
O problema é que o preço dos imóveis vem subindo muito. Para custar menos de R$ 190 mil, eles ficam longe do centro da cidade e são pequenos.
Na capital paulista, entre os imóveis novos, só 5% custam até R$ 190 mil.
Para quem vende imóveis, o limite de preço não está acompanhando a velocidade do mercado.
“Alguns projetos vão tirar benefícios desse aumento e outros vão continuar desenquadrados com preço de venda superior a R$ 190 mil”, ressalta Leandro Caramel, superintendente da imobiliária Habitcasa.
Já a Caixa Econômica Federal acha que aumentar o valor para até R$ 190 mil é suficiente.“A valorização dos imóveis está em um ritmo menor do que estava em 2009 e 2010. Com certeza, na medida que você aumenta esse limite, você estimula a indústria também a produzir imóveis focados para essa faixa de renda”, opina o superintendente regional da CEF Paulo José Galli.
Fonte: Jornal Nacional