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Construtoras de Balneário Camboriú investem na reciclagem de resíduos

Com o mercado imobiliário em alta, Balneário Camboriú é a cidade da região que mais gera resíduos da construção civil: são 400 toneladas por mês, segundo o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon).Para tentar minimizar os impactos, as grandes construtoras têm investido no reaproveitamento desses materiais, mas ainda é baixa a procura pelos itens reciclados.

O especialista em arquitetura sustentável e professor da Univali, Rafael Cartana, explica que, por enquanto, muitos materiais reciclados ainda apresentam um custo maior. É o caso, por exemplo, do vidro, que sai mais barato se confeccionado com matéria prima extraída da natureza.

Esta realidade pode começar a mudar quando os consumidores passarem a exigir certificações de sustentabilidade das construtoras. Hoje, apenas 500 prédios no Brasil possuem o selo Leed, uma das principais certificações do mundo para construções sustentáveis, a maior parte deles em São Paulo. Os critérios nesses casos se aplicam tanto ao uso de produtos reciclados, quanto ao uso de produtos que utilizam pouca energia na fabricação.

"Quando o consumidor começar a exigir, as construtoras terão que atender, senão serão excluídas do mercado", conta.

Pensando nessa demanda, em 2008 o engenheiro Paulo Caseca montou em Camboriú uma usina para receber e reciclar os restos da construção. A área de 44 mil metros quadrados, em frente à Green Valley, recebe os resíduos de 99% das construtoras de Balneário e Camboriú associadas ao Sinduscon.

Ele explica que uma construtora grande gasta em média R$ 4 mil por mês para depositar os resíduos na usina, o que muitas vezes não chega a 10% do valor da obra. Lá, os materiais são separados e vendidos. Papel, papelão e PVC vão para empresas recicladoras.

O ferro segue para a siderurgia e as madeiras são vendidas como combustível. Os restos de tijolo e concreto são triturados e viram saibro, material utilizado como sub-base para o asfalto. O saibro, segundo Caseca, custa menos da metade do pó de pedra, por exemplo, mas ainda assim é pouco comercializado.

"O saibro sai por R$ 13 o metro cúbico, enquanto o pó de pedra custa R$ 33 o metro cúbico, mas ainda não se tem essa cultura", diz.

O engenheiro acredita que essa realidade deve começar a mudar com a conscientização. Segundo ele, estudos mostram que 80% das pessoas no mundo optam por comprar produtos sustentáveis, mesmo quando eles custam mais caro.

Destinação dos resíduos

Apesar de ainda não serem compradores de materiais de construção reciclados, as grandes construtoras, porém, já depositam seus resíduos em áreas particulares próprias para isso. O problema está nas pequenas obras.

Paulo Caseca diz que 60% de toda a massa de lixo urbano das cidades vêm da construção civil. Mas em Balneário Camboriú, por exemplo, apenas 25% do que é movimentado é da construção formal.

"A maior parte vem de pequenas reformas. Nesses casos não há uma área licenciada para receber esses resíduos e o cara do caminhão, até por não saber, deposita em qualquer lugar", completa Caseca.

Fonte: http://revista.penseimoveis.com.br

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